O mercado da soja, na tarde desta quarta-feira (22), voltou a trabalhar em campo positivo na Bolsa de Chicago, ampliando os pequenos ganhos registrados no início do dia. As altas das posições mais negociadas, por volta de 13h (horário de Brasília), variavam entre 7,25 e 8,50 pontos, levando o julho/16 a recuperar os US$ 11,40 por bushel. Já o novembro/16, referência para a nova safra dos EUA, vinha sendo negociado a US$ 11,19.
Os preços buscam um reajuste neste pregão, após as baixas agressivas registradas nos anteriores, quando o mercado foi severamente pressionado pelas boas condições de clima nos Estados Unidos, as quais vêm permitindo um satisfatório desenvolvimento das lavouras no Corn Belt. Quase todo o cinturão produtor norte-americano segue recebendo boas chvas nestes últimos dias, as quais são muito bem vindas, segundo explicam analistas de mercado, embora as previsões mais alongadas que ainda indicam períodos de tempo mais quente e seco ainda trazem alguma preocupação.
Para o analista de mercado Bryce Knorr, do portal Farm Futures, o recuo registrado pelos futuros do milho em Chicago ontem – a maior dos últimos dois anos, quando os futuros do cereal perderam mais de 20 pontos – trouxeram alguma limitação ao movimento de baixa entre os grãos.
Na sessão desta quarta, os preços do milho também testaram alguma recuperação, mas voltaram a atuar com estabilidade e, perto de 13h10, apenas os dois primeiros contratos exibiam variações e subiram entre 1 e 1,75 ponto, e apenas o vencimento julho/16 operava abaixo dos US$ 4,00 por bushel.
Além disso, afirma ainda que essa alta se dá após o mercado da soja ter testado sua linha de suporte, se aproximando das mínimas registradas em abril e maio. “O mercado se sentiu uma vítima do forte movimento de venda (de posições) no milho nesta terça-feira, apesar das boas notícias vindas do lado da demanda”, explica Knorr. Ontem, o USDA anunciou boas vendas de soja em grão e óleo para a China e destinos não revelados com volumes das safras 2015/16 e 2016/17.
Mercado Financeiro
Além disso, há ainda as expectativas que permeiam o mercado financeiro nesta semana, trazendo alguma aversão ao risco aos investidores, principalmente à espera da decisão da Grã-Bretanha sobre sua permanência na União Europeia. Nesta quarta, a maior parte das ações asiáticas fechou em alta diante de perspectivas de que a Grã-Bretanha fica o que traz, em contrapartida, alguma segurança um pouco maior ao mercado. As especulações, porém, continuam e, consequentemente, a volatilidade também.
À espera dessa decisão, o dólar opera em queda – no Brasil e no exterior, perdendo mais de 1% frente à moeda nacional – algumas commodities ainda cedem, inclusive o petróleo, que perdia mais de 1,3% em Nova York na tarde desta quarta, após subir mais cedo e chegar a encostar nos US$ 50,00 por barril.
Mercado Brasileiro
A soja nos portos do Brasil registravam algumas baixas na tarde de hoje. Apesar de prêmios já atuando na casa de US$ 1,70 sobre os preços de Chicago, as baixas do mercado internacional aliada à queda do dólar pesavam na formação dos preços de forma negativa.
Assim, em Paranaguá, a referência para o mercado disponível era de R$ 95,00, com queda de 1,04%, enquanto em Rio Grande perdia 3,28% para chegar aos R$ 94,50 por saca. No caso do mercado futuro, R$ 89,50 no porto do Paraná, com queda de 1,7%, e R$ 89,00 no do Rio Grande do Sul, estável.
Já o milho negociado na BM&F atuava, na tarde desta quarta-feira, em campo misto, com as primeiras posições – julho e setembro/16, referência para a safrinha – perdendo 0,57% e 0,05%, respectivamente, com o último recuperando o patamar dos R$ 40,00. Os contratos mais distantes – novembro/16 e janeiro/17 – trabalhavam com ganhos de mais de 1%, acima dos R$ 43,00 por saca.
A pressão no curto prazo, ainda segundo explicam analistas de mercado, vem do avanço da colheita da segunda safra no Brasil, de uma retração pontual dos vendedores e da estratégia de traders de manter parte do milho que seria exportado, no Brasil, já que o mercado interno vem pagando melhor do que a exportação em muitos casos.
Fonte: Notícias Agrícolas